A Pintura como Linguagem: a Primeira Exposição de Cris Carneiro
Na fronteira entre ciência e poesia, nasce uma arte que pulsa como coração e vibra como pensamento. Essa é a obra de Cris Carneiro, artista plástica contemporânea que estreia sua primeira exposição mergulhando em um universo de cores, camadas e sentidos.
Filha de um cientista nuclear e de uma artista plástica, Cris cresceu entre desenvolvimento de tecnologias e cavaletes, absorvendo o rigor da pesquisa e a liberdade do gesto criativo. A sua arte é fruto desse encontro improvável — um hibridismo poderoso onde a sensibilidade e a busca por significado caminham lado a lado.
As obras desta primeira mostra são mais do que telas: são portais. Cada pincelada, cada textura, carrega um código, uma mensagem, uma tentativa visceral de traduzir o invisível. Pintar, para Cris, nunca foi apenas estética — é comunicação em estado bruto. Sua produção surge como uma extensão do corpo e da mente, como uma carta aberta ao mundo.
Iniciada no universo das artes em 1998, ainda durante a faculdade de Design de Ambientes na UEMG, Cris logo compreendeu que o caminho da pintura não era apenas um desvio, mas um chamado. Mais tarde, ao adentrar o universo do jornalismo e da comunicação, sua arte encontrou ainda mais força: as palavras se transformaram em cor, e as ideias, em composição.
Nesta exposição inaugural, os visitantes encontrarão obras que transitam entre o abstrato e o simbólico, onde cada quadro é uma paisagem emocional, um gesto de escuta, um convite ao diálogo sensível. São trabalhos que falam sobre o tempo, a memória, os silêncios e as intensidades que não cabem na linguagem verbal.
Cris Carneiro estreia nos espaços expositivos com a força de quem não apenas pinta, mas traduz. Com um olhar que investiga e um coração que sente, ela transforma a tela em território de encontro — entre o dentro e o fora, o visível e o oculto, o eu e o outro.

